Hoje o meu espírito está pouco poético, dou comigo a enervar-me em cada dia que ligo a TV e reparo que grande parte dos noticiários mostram incêndios, mortes de bombeiros e de florestas, perdas de bens e a angústia no rosto de quem passa por esse inferno.
Pergunto-me porque é que os governantes não criam programas reais e comparticipados a fundo perdido, para a limpeza e conservação das florestas durante os meses do ano em que as temperaturas são mais baixas.
Pergunto-me porque é que os governantes não criam programas reais e comparticipados a fundo perdido, para a limpeza e conservação das florestas durante os meses do ano em que as temperaturas são mais baixas.
Os estabelecimentos prisionais estão repletos de homens e mulheres capazes de trabalhar, esses programas seriam ideais.
Quem com carácter de permanência recebe subsídios de rendimento mínimo e de reinserção, provavelmente estará também em condições de poder trabalhar.
Se nos Ministérios diagnosticam a existência de funcionários públicos em excesso (provavelmente serão todos aqueles que entraram por outra via que não a do concurso público), havendo-os, porque não serem também aproveitados para trabalhar nesses e noutros programas, a bem da Nação?
E afinal são aos milhões os euros que inevitavelmente acabam por ser gastos em todos os Verões, no combate aos incêndios, no pagamento de indemnizações por perdas de vidas e bens.
Bem diz o ditado "mais vale prevenir que remediar".
Bem diz o ditado "mais vale prevenir que remediar".
A mesma TV não tem dado conhecimento da aplicação de penas exemplares a incendiários ou aos seus mandantes, nem faz evidenciar o manifesto interesse por parte da justiça e das forças de segurança na investigação e busca destes criminosos.
O sentido de cidadania parece só ser usado para reclamar, enquanto cada cidadão for pouco cumpridor e sentir pudor em denunciar todos os atropelos que vê serem feitos à sua volta, entre outros, à natureza, ao trabalho, aos impostos (fuga), Portugal continuará a ser um país muito pequeno...
mariam, 2013/08/18
9 comentários:
Este é mais um dos casos de total impudor perante interesses instituídos, por um lado, e desleixo/desinteresse governativo por outro lado!
E assim continuará, porque não há vontade política para que se altere.
E assim continuará, até que sejamos governados por gente honesta verdadeiramente interessada no nosso país e na nossa gente...
Um abraço forte!
A Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) o apuramento de responsabilidades pelo incumprimento das acções de prevenção e fiscalização previstas na lei de defesa da floresta contra incêndios.
O decreto-lei 124/2006, com alterações introduzidas após os grandes fogos florestais de 2004, estabelece uma política de defesa da floresta contra incêndios, mas o vice-presidente da Quercus, João Branco, denuncia a "incúria das administrações locais e central".
O responsável da Quercus sublinhou a ausência das redes primária e secundária de gestão de combustíveis, corredores de dez metros em cada lado sem vegetação e arborização para evitar a propagação de incêndios que devem ser reservadas junto a autoestradas e outras vias de comunicação, rios, caminhos florestais e infraestruturas, como postes de alta tensão.
"Na rede primária de gestão de combustíveis, o Estado tem a competência de definir e executar essa rede. Na maior parte dos casos, exceto no norte, foi definida, mas não foi executada em grande parte dos sítios e não foi por causa de falta de dinheiro", referiu.
João Branco observou igualmente que a maioria dos municípios "têm negligenciado a obrigação legal de elaborar e fazer cumprir o Plano Municipal de Defesa das Florestas Contra Incêndios e o Plano Operacional Municipal".
Nestes planos está consagrada a obrigação de criar rede secundária de gestão de combustível em estruturas que estão nas alçadas das Câmaras Municipais, como as estradas municipais, mas o dirigente da Quercus notou que "também não foi feito e, nas poucas situações em que foi feito, não houve nem há manutenção".
"E a lei até impunha corte de arvoredo para que possa haver descontinuidade de floresta e não foi feito nada. Os municípios queixam-se que não têm dinheiro para isso, mas é uma questão de prioridade", afirmou, recordando que "já anteriormente a Quercus pediu à PGR a abertura de inquérito, "o que nunca aconteceu".
João Branco lembrou o incêndio de Julho do ano passado, em S. Brás do Alportel (Algarve), para referir que o relatório elaborado por uma equipa coordenada pelo investigador Domingos Xavier Viegas apontava para a ausência de faixas de gestão de combustíveis.
"Arderam mais de 250 quilómetros de floresta, uma área brutal. As redes primária e secundária não foram executadas", disse João Branco, acrescentando que "a questão é que os incêndios florestais provocam danos ambientais, mas também patrimoniais e humanos".
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela
Agência Lusa
~Lusa publicado em 6 Agosto 2013
Cumprimentos
Contra a indiferença
lutar
...junto as minhas palavras às tuas.
Todos os anos, Portugal arde de Norte a Sul, incluindo ilhas.
Questiono, se algo está a ser feito?
Atrevo-me mesmo a dizer, se não estaremos perante negócios "chamuscados".
E sobre a lei das limpezas, poder central e local têm imensa culpa...infelizmente até residentes, que ao verem as suas habitações consumidas pelo fogo, ainda reclamam, como ouvi na SIC, perante a pergunta do jornalista:
- O senhor conhece a lei que o obrigava a fazer limpezas em redor da habitação...
- sim conheço, mas ninguém veio cá dizer que era para fazer ...
Abraço
JLO
a quem aproveita o crime?
não há fumo sem fogo, nem fogo sem ser (a)pagado.
abraço
Oh caroço, no dia em que decidi vir ler-vos (depois de deixar alguns dos links dos muitos-mais-que-tudo-dos blogues por onde me perco (e falta referir tantos :-) deparo-me com este excelente texto sobre um assunto a que ando a fugir de opinar.
Resumindo, sem ser redutor:
1.º O fogo é uma ferramenta do meiO ruraL - no entanto, deve ser utilizado de forma regrada (existe a legislação que AJUDA A CUMPRIR 2.º Enquanto os Politicos investirem no Combate e NÃO NA PREVENÇÃO, nada a fazer :-(
3.º Somos todos responsáveis pelos cuidados a ter nas florestas ou onde quer que nos encontremos (boas práticas de cidadania:-)
4.º Quanto aos fogos provocados intencionalmente faltam penas exemplares (ou justiça poética, embore não deseje o mal a ninguém, quem provoca um fogo deveria não conseguir fugir dele - sim sou bárbara e primária, mas nem imaginam o que vejo todos os dias, no desempenho das minnhas funções. Perdoem-me os mais sensíveis.
Aqui deixo uma ligação que vos pode esclarecer
http://www.icnf.pt/portal/florestas/dfci
Abraços e beijos
Justine;
Jéfferson;
Fernando;
O Puma;
OUTONO;
herético;
AnaMar;
Amigos, obrigada pela vossa visita e palavras deixadas.
Nos últimos dias, tem havido algumas vozes de políticos agora comentadores nos 'media', apontando algumas soluções para a prevenção deste flagelo, uma pena não se terem lembrado delas quando tinham poder e meios para as aplicar... (agora neste país, político que é político quando se afasta do teatro da governação, vira comentador televisivo rsrs)
Vamos deixar aos nossos filhos e netos um planeta menos saudável do que aquele recebemos dos nossos pais... é triste.
Beijinhos e um sorriso para todos(as) :)
mariam
Cá vim, MARIAM.
Estou absolutamente de acordo com tudo o que dizes.
Aliás, escrevi-o antes de aqui te visitar.
Um beijo.
João Menéres, obrigada pela 'visita' e palavras!
Beijinhos :)
mariam
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