paradoxos existenciais
Escondo-me do vazio existencial e da fealdade do óbvio
Encolho-me toda no medo de perder o siso e o riso
Sinto escorregar por entre os dedos alguns actos e factos
Deixo o desejo esvair-se na indecisão de certos momentos
Gosto dos sentires convergentes e das artes partilhadas
Exalto e exulto o cruzado e sereno navegar dos corpos
O dar-me inteira e o querer sentir-me infinitamente livre
Quantas questões ligeiras e erróneas passaram por mim
Quantas questões ligeiras e erróneas passaram por mim
Quantas dúvidas e insanos pensamentos me assaltaram
Perdi o conto, o tempo e a aparente calma (im)paciente
Das certezas ainda restou a de saber como e quem sou
Esgueiro-me como lebre em campo de trigo maduro
Abeiro-me do poço de água fresca e olho o meu rosto
Rio-me e encolho-me toda no medo de perder o siso