Naquela altura
Curvada no emaranhado dos pensamentos
Destranco por minutos a porta que se fechou sobre ti
Vem-me ao sentido o cheiro intenso das tuas palavras
As que naquela altura ouvia sem saber ouvir
Aquelas que não tinham o perfume que agora adivinho
Também das que proferi e não ecoaram na tua alma
E as das mútuas mágoas que se esvaeceram como espuma
Volto a fechar-me no nevoeiro de te não saber
Porque o tempo se encarregou de nos apagar
Tão teimosas foram as vãs razões da nossa razão
Que o amor se perdeu em estúpidos labirintos emocionais
Inventámos zangas e demandas
Quisemos mimos e tivemos penas
Livra-te futuro que eu caiba nestes versos
Livra-me Deus, de ser este apagado Ser
mariam 2011/03/12