Mar meu
Por dentro da maré cheia de sonhos e apelos
Senti-te o pulsar em cada quebrar de onda
Encolho-me
Não do medo das fragas e adamastores
É de todos os mistérios deste mar que anseio
Que me encolho
Até ao bom vento poder soltar minhas velas
Até ao bom vento poder soltar minhas velas
mariam 2011/02/13
*
Sei que vou poder navegar por todos os teus mistérios
(porque em mim, algures, é onde moras)
Sei que vou poder navegar por todos os teus mistérios
(porque em mim, algures, é onde moras)
[Ao criar hoje este post, com som e imagens captadas ontem, neste mar alteroso e belo,
lembrei-me de algumas passagens do livro Milagrário Pessoal, que estou a adorar...
Tive o privilégio de assistir ao seu lançamento em Lisboa.
Deixo um obrigada especial ao seu autor, por me ter 'aturado' nesse dia...]
"... Beijei-a.
Ouviste falar na memória da água?
Não.
Segundo os homeopatas, a água retém a memória das substâncias
químicas que se mergulham nela..."
*
"... O céu brilha, azul e côncavo, sobre a minha cabeça. Há-de
estar cheio de anjos sem asas, como os que vi, numa manhã sem
outro milagre, há muitos anos, na cúpula da Capela Sistina. Sei
disso porque daqui onde estou os sinto a respirar. Penso em
todos os lugares que gostaria de visitar contigo. No que gostaria
de fazer contigo - e não farei nunca:
Ler-te alto as Ficções, de Borges.
Rir, enquanto nadássemos entre golfinhos, no mar sem mal-
dade de Fernando de Noronha..."
in, Milagrário Pessoal «Agualusa, José Eduardo»